Fecho os olhos. Quero parar de escutar todos esses absurdos.
A escuridão que me cobre agora, me dá menos medo que lá fora.
Mergulho na silencidão... pois agora, é possível encontrar até a minha respiração.
Suspiro um respiro bem fundo.
Calma... aqui ninguém te incomoda mais.
Inspiro um suspiro profundo
E sinto cheiro de brisa e paz.
Abro os olhos e não vejo mais nada obscuro.
A claridão preenche agora e sinto aquela leveza que me aflora.
Mergulho na brisa e nesse céu dourado(quando a noite encontra o dia)
Navego em círculos e rodopios, sobrevoo campos rodeados por planícies.
Eu entendo que cada vez que tento planejar
Sinto que meu plano é voar
um voo no ar
e eu plano no ar.
e agora, estou no ar!
e sobre aquele voo que sobrevoo, encontro uma frondosa e gigante árvore, em meio a um mundaréu de plantação de trigo, um campo rasteiro e não tão menos dourado que o céu. (Daquelas paisagens que sempre me fascina).
-Oi, dona árvore?
Ela não me respondeu mas mostrava seu sorriso entre suas rugas.
Imaginei que queria companhia (talvez eu também queria)...
Mantive meus rodopios no ar, circulando aquela frandosa, linda e muda árvore. Percebia que a cada volta que fazia a minha velocidade aumentava... inclusive involuntariamente.
Notei também que a cada volta que fazia, me aproximava cada vez mais da árvore... Tentei afastar um pouco mas não consegui.
A velocidade aumentava... e a distância diminuía...
Percebi no fim, que uma corda me prendia pelas pernas ao tronco da árvore.
Tão atada que não conseguia me desvencilhar!
e...
A velocidade aumentava... e a distância diminuía...
O fim já era certo.
a ilusão de saber voar.
E quando vc percebe, dá de cara!
